quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Natal!
domingo, 20 de dezembro de 2009
Conselhos para um 2010
- Sobre as suas metas para o Ano Novo
Anote os seus querê e pendure num lugar que você enxergue todo dia.
Mesmo que seus objetivos estejam lá prá baixa da égua, vale à pena correr atrás. Não se agonie e nem esmoreça. Peleje.
Se vire e mêta o pé na carreira, pois pra gente conseguir o que quer, tem é Zé.
Lembre que pra ficar estribado é preciso trabalhar. Não fique só frescando.
- Sobre o amor
Não fique enrolando e arrudiando prá chegar junto de quem você gosta. Tome rumo, avie, se avexeü Dê um desconto prá peste daquela cabrita que só bate fofo com você. Aperreia ela. Vai que dá certo e nasce um bruguelim réi amarelo.
Você é um corralinda. Se você ainda não tem ninguém, não pegue qualquer marmota. Escolha uma corralinda igual a você.
Não bula no que tá quieto. Num seja avexado, pois de tanto coisar com uma, coisar com outra, você acaba mesmo é com um chapéu de touro.ü As cabritas num devem se agoniar. O certo é pastorar até encontrar alguém pai d'égua. Num devem se atracar com um cabra peba, sem futuro, malamanhado e fulerage.
O segredo é pelejar e não desistir nunca. Num peça pinico e deixe quem quiser mangar. Um dia vai aparecer um machoréi bem massa.
- Sobre o trabalho
Trabalhe, num se mêta a besta. Quem num dá um prego numa barra de sabão num tem vez não.
Se você vive fumando numa quenga, puto nas calças e não agüenta mais aquele seu chefe réi fulerage, tenha calma, não adianta se ispritar.Se ele não lhe notou até agora é porque num tá nem aí se você rala o bucho no trabalho. Procure algo melhor e cape o gato assim que puder.
Se a lida não está como você quer, num bote boneco, num se aperreie e nem fique de lundu. Saia com aquele magote de amigos pra tomar uns merol.Tome umas meiotas e conte uma ruma de piadas que tudo melhora.
- Sobre a sua vidinha
Você já é um cagado só por estar vivo. Pense nisso e agradeça a Deus.
Cuide bem dos bruguelos e da mulher. Dê sempre mais que o sustento, pois eles lhe dão o aconchego no fim da lida.
Não fique resmungando e batendo no quengo por besteira. Seje macho e pense positivo.
Num se avexe, num se aperreie e nem se agonie. Num é nas carreira que se esfola um bode.
- Arrumação motivacional
No forró da entrada do ano, coma aquela gororoba até encher o bucho. É prá dar sorte, mas cuidado, senão dá gastura.
Tome um burrim e tire o gosto com passarinha ou panelada que é prá num perder a mania.
Prá começar o ano dicunforça: Reflita sobre as besteiras do ano passado e rebole no mato os maus pensamentos.
Murche as orêia, respire fundo e grite bem alto:
Agora é só levantar a cabeça e desimbestar no rumo da venta
que vai dar tudo certo em 2010.
Peeeeennnnse num ano que vai ser muito bom.
Respeite como vai ser pai d’égua esse 2010.
sábado, 19 de dezembro de 2009
"Para Sara..."
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Antropologia Cômica!
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
"(Não) atire no dramaturgo"!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Acadêmicos amestrados Por Idelber Avelar
Por Idelber Avelar [Terça-Feira, 1 de Dezembro de 2009 às 15:31hs]
Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e
pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da
conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que
nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa
é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne
Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli.
Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de
desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições
da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.
Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é
simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever
platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir
sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre,
armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a
geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o
seu histórico na disciplina seja bastante modesto.
Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao
neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma
unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras
disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para
avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e
criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade
científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa
unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz,
uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem
saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman,
economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado
financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma
fórmula neoliberal e pontificavam sobre a "morte de Marx". Foi
ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de
desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.
Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos
títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo,
Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi
conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que
eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são,
nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua
visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de
reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios
de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso
desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para
validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo
primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse
jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar - cada vez menor,
diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.
O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não
é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa,
pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça
Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do
Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que
revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da
liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma
seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente
na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me
acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista
desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de "vagabunda"
pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.
Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como "o filósofo" pelo jornal O
Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de
"terrorismo de Estado". Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10
de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma
vítima de terrorismo de Estado real - por exemplo, uma família palestina
expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses - se lhe
disséssemos que um filósofo qualifica como "terrorismo de Estado" a
inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas
com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os
acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.
A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São
Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de
"trapalhadas" e chamava Celso Amorim de "líder estudantil" e "cavalo de
troia de bufões latino-americanos". Poucos dias depois, a respeitadíssima
revista Foreign Policy - que não tem nada de esquerdista - apresentava o que
era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula:
Celso Amorim, o "melhor chanceler do mundo", nas palavras da própria
revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.
Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações
raciais como o Brasil. Na mídia, os "especialistas" sobre isso - agora sim,
com aspas - são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro
decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e
Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência
biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem
que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.
Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um
especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele?
Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros
pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos
de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira,
as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Comida de "macho" (Reflexões gastronômicas sobre gênero)
sábado, 17 de outubro de 2009
caronas online!
O bigoo é parte do dialeto recifense e quer dizer: carona!
Meu primo Davi e seus amigos, todos formados em Ciência da Computação da UFPE -, tiveram uma ideia genial: criaram um site de ofertas e aceitação de caronas !
O caroneiro e o que oferece carona tem que fazer um prévio cadatramento. Com isso há segurança, uma vez que você pode limitar a oferta de caronas apenas para seus amigos, para os amigos de seus amigos. Mas se quiser, a oferta poderá ser pública.
Leiam a reportagem no Diário de Pernambuco, http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/09/29/urbana9_0.asp
Leiam também a excelente matéria nesse blog http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente/?p=4215
Bigoo é um iniciativa simples que pode melhor a mobilidade nas nossas cidades.
Acessem www.bigoo.com.br
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Risada
Incongruências da vida
Já tem um tempo que queria parar e escrever sobre algumas indiossincrasias que o viver acomete com a gente.
Ouvimos tantos ditados como “Deus escreve certo por linhas tortas” e outros afins a esta percepção bem humana da vida, mas nunca eles conseguem substituir as cores que os eventos trazem para estas quase conclusões da experiência que é viver.
domingo, 9 de agosto de 2009
Aniversário
terça-feira, 28 de julho de 2009
Resgates importantes!
Resolvi finalmente resgatar minha bicicleta que estava sequestrada na garagem do prédio de uns amigos que nem mais lá moravam.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Spaghetti!
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O Ser e seu Existir
Se esta "passagem" é longa, breve, intensa ou um marasmo, deve-se um tanto ao que ele bondosamente nos tentou dizer em palavras, mas que foi desistindo ao tentar finalizar, por não mais tê-las para uma melhor definição.
Disse somente, interpretando aqui, com minhas pobres palavras, que ser e existir não são necessariamente a mesma coisa.
Existir seria uma espécie de entendimento do que é sentir estar vivo; uma percepção em movimento; um mergulho num emaranhado de plenitude, mesmo que momentâneo.
Em suma, existir traz a sensação de se estar vivo. (O tal "dasein" dele, da grande obra inacabada "O Ser e o Tempo")
E a linguagem que melhor expressa a experiência deste conceito/sentimento talvez seja mesmo a poesia, como diria o próprio pensador.
Um acidente aéreo como o de hoje, onde se vão de uma só vez, 228 pessoas que viviam ou existiam, no sentido mais filosófico da palavra, provaca-me este mergulho na imensidão dos sentidos perdidos.
Porquê? Como? Para quê? De que maneira?
Um acidente como esse parece ser a prova de que a vida literalmente acontece... Ela é puro acontecimento!
O abrir e fechar das cortinas de um palco, sem direito à muitos ensaios, nem a garantia de grandes atuações ou aplausos calorosos.
O diferencial a que nos caberia (pobres mortais)? O que nos faria ser menos submissos aos desígnios e fatalidades?
Talvez, seja existir... (Heideggernianamente falando.)
Para conhecer um pouquinho do filósofo que cito, sendo-lhe, com certeza, um tanto infiel, com a minha vã filosofia...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Heidegger
domingo, 24 de maio de 2009
"Só pra ser especial"
Hoje acordei e entrei na rede, antes de tomar café...
Dei de cara com alguma reportagem sobre a Mallu Magalhães, uma música e compositora, teen, que quase todo mundo já ouviu falar... até eu mesma.
(E se não ouviram ainda, eu aqui, vos apresento, agora)
Fui bisbilhotar algo sobre ela, porque ainda não tinha ouvido uma só de suas canções. Ela foi um desses sucessos que se fizeram pela internet, mostrando que esse espaço virtual pode ser mesmo tão interessante e democrático.
Virei fã dela quase no ato. Por várias coisas... mas, principalmente por sua aparente sensibilidade, doçura, originalidade e talento. (Todo o conjunto do seu jeitinho, mesmo).
E fiquei com vontade de ter um Ipod; virar contemporânea dela... (como todos esses meninos e meninas que circulam com essas coisas no ouvido, pelas ruas.)
"Só para ter as músicas dela ao ouvido", de vez em quando... e sentir o prazer e o desprazer de ser da sua geração, de estar começando a virar adulto, nesse mundo de hoje.
Ela tem metade dos meus anos já vividos e sente muita coisa igual a mim.
Esta música, em especial, bateu forte.
Vanguart
Composição: Mallu Magalhães
Ah, se eu fizesse tudo que eu sonho,
Se eu não fosse assim tão tristonho,
Não seria assim tão normal.
Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis,
Se eu fosse um pouco mais feliz,
Levantasse o meu astral...
7 dias vão e, eu nem fui ver.
7 dias tão fáceis de se envolver.
Ah, se eu tivesse fotografado,
Se eu tivesse me integrado,
Ao mundo sobrenatural.
Aaaah, eu seguiria o realejo.
Desenharia o que eu vejo,
No meu cereal.
30 dias do mês que ficou pra trás...
E eu sou só mais um desses meros tão mortais.
Mas, Ah, se eu fizesse alguma diferença,
Se eu curasse alguma doença,
Com uma força genial...
Ah, Ah, Ah, Oh,
Ah, eu cantaria pra fazer sorriso,
Eu perderia o meu juízo,
Só pra ser especial.
7 dias vão, não! eu não fui ver.
São 7 dias tão fáceis de se envolver.
30 dias do mês que ficou pra trás...
Mas eu sou só mais um desses meros tão mortais.
Mas ah, se eu fizesse alguma diferença,
Se eu curasse alguma doença, com uma força genial.
Aaaah, eu cantaria pra fazer sorriso,
Eu perderia o meu juízo,
Só pra ser especial.
Podem ir lá no My Space dela ouvir suas composições e releituras de músicos que ela gosta.
http://www.myspace.com/mallumagalhaes
E no youtube tem vários clipes, inclusive, oficiais, como esse aqui, da primeira música de sucesso dela na internet.
http://www.youtube.com/watch?v=-6BNin_x_74&feature=related
Você pode ouvir a música acima neste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=Eeuo3zD7g3c&feature=related
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Domestic Bliss...
Bolo de chocolate quente
terça-feira, 5 de maio de 2009
Bar ruim é lindo, bicho.
Abominações Domésticas
Eu odeio com todo o meu ser:
Requeijão de copo com migalhas de bolo ou pão
Lixo de pia molhado
Deixar comida vencer na geladeira
Jogar lixo reciclável na lixeira comum
Xixi na tampa do vaso sanitário
Arruinar o suco por causa de uma laranja estragada
Cheiro de esgoto na cozinha de casa
Acúmulo de cabelo no ralo do chuveiro
terça-feira, 28 de abril de 2009
Homônimas
Hoje retornei à minha alegria de escrever.
Hoje que estou triste, magoada, chateada. Sabe aqueles dias em que dá vontade de descobrir quem você é? Parece que "alguém" anda lhe enganando, escondendo-lhe quem você, de fato, poderia ser, para ser, então.
De repente, você poderia ou deveria ser outra pessoa e não esta - a que se tornou.
Fui vagar pelas ruas virtuais da noite (chuvia muito lá fora para qualquer outro tipo de passeio) e fui "me pesquisar" para ver se me encontrava.
Tive, contanto, um certo medo de ver algo de que não gostasse.
E lá estava eu fazendo aquela coisa surreal, que acabamos fazendo quando pensar não faz mais sentido algum ou quando não há mais porque raciocinar sobre um sentido qualquer para qualquer coisa.
Lá estava eu pesquisando o meu próprio nome (ou o meu nome próprio) num site de busca.
E no meio desta busca encontrei algo interessante, que prendeu minha atenção: duas homônimas!
Como tenho um nome composto e numa combinação nada comum, acrescentei somente mais um sobrenome e pronto: Portugal poderia ser a minha pátria... Que descoberta!
Lá estavam elas... bem vivas. Vivendo outras vidas que não eram a minha. E tão diferentes, quanto interessantes.
Basta pensar que existe uma rapariga portuguesa com quase o mesmo nome e idade (que eu), que é cantora de fado! e já gravou seu primeiro disco solo.
Bacana... Para hoje, então, sua persona me emprestaria um moleton, bem confortável e quentinho.
A outra, mais experiente e estudiosa - pelo que parece - possui não só meu nome composto, como meu primeiro sobrenome e se tornou uma doutora nas ciências.
Bem, disto, hoje, não teria muita inveja dela (agradaria-me mais ser uma "cantora de fado", como a minha outra "outra").
Mas, ela é uma bióloga! e em sua pesquisa virtual consta um congresso de ornintologia.
E não é, então, que ela poderia ter escolhido passar a vida a estudar pássaros?
Aí, tudo mudou de figura e voou para algo bem mais apaixonante...
Senti alguma inveja dela, também.
No mais, depois de toda esta incursão com outras e em outras possibilidades de vida, só me restou mesmo ir em direção à cama ("que é lugar quente", como o tal moleton).
E, quando me dou conta da cena, vejo a minha pequena coleção de artefatos sentimentais amontoados na cabeceira, por causa da chuva.
(Tive que retirá-los de perto da janela, se não, molhavam).
Eles pareciam olhar para mim, querendo me consolar... O cordão de corações verdes e acolchoados, o casal de namoradeiros em miniatura, o sapo de porcelana azul trazido do México, por um amigo... Até o abajur com sua luz amarela parecia sentir ali, por mim, alguma compaixão.
Senti-me a própria Amélie Poulain com seus duendezinhos companheiros.
Ai, derreti...
. A imagem linda é a tela de Pablo Picasso, Mulher ao Espelho, de 1932.
. Ouçam o fado da minha homônima aqui http://www.youtube.com/watch?v=gV9_6A1Qv9I&feature=related . Vale pena escutar Nome de Mar.
. E quem ainda não viu "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", filme francês dirigido por Jean-Pierre Jeunet em 2001, não pode perder a chance.
Menina MA (que não é tão má)
sexta-feira, 27 de março de 2009
A poesia que não nos deixa morrer
Foto de Fernanda Freire
Para ver mais: http://www.flickr.com/photos/fefreire
Venho escrevendo alguns poeminhas, diálogos da alma, conversas comigo mesma.
Arrumando o armário, tirando os guardados, encontrei este aqui, de agosto de 2005.
Sertaneja
Logo o tempo passa ligeiro
Apruma as folhas do pé de pau
Comer doce para tomar água
bem muita farinha de mandioca
cuzcuz com leite de gado
Nunca confiei em noite sem lua
Meus beijos secos de boca salgada
"Eita, que a tapioca hoje tá salgada"
Me dá da doce
Adocica minha consciência
minha vergonha despida
meu medo de ser mulher
domingo, 15 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
Ressaca de Carnaval!
Ao telefone com uma amiga de longe, vou narrando o Carnaval, as crônicas de uma figura já cansada das firulas carnavalescas.
Vou sendo tão tragicômica na narração que a amiga aos risos (de algo que nem eu sei se achava mais uma comédia) me aconselhava a escrever. “Você tem que escrever isto!" kkkk
Acho que ela estava rindo era de mim mesmo, do meu tom de voz, meio desconsolado; já meio desapegado, analítico e tragicômico, sobretudo.
Bem, passamos ao cumprimento do trato feito (com ela.)
Que todo mundo se apronta e se diverte à sua maneira, mas não damos conta sempre de compartilhar as mesmas expectativas carnavalescas (ou as nossas neuroses, sendo mais direta)
Eu mesma... gosto muito de falar coisas que nunca falaria, se não estivesse fantasiada; de conversar com pessoas completamente desconhecidas no meio do caminho, ou dentro do bloco. O que seria mais divertido do que pular Carnaval com desconhecidos irmanados na fantasia de se despir da nossa “velha” persona de todo dia? Acabo com quase toda a vergonha, aproveitando-me da situação que a minha nova personagem criou. Rs
Esse é o meu barato! Minha válvula de escape tupiniquim. É algo completamente lúdico (tentando falar bonito outra vez).
O carnaval é muito importante. Importantíssimo! Só não consigo levar muito à sério. Não consigo me estressar com compromissos de Carnaval, mas me impaciento com quem se estressa e não gosta do sabor do improviso. (Esse é justamente o meu outro lado do pierrô : ( )
Carnaval é o momento de uma certa ausência de lei; onde é permitido não funcionar tão bem, ou pelo menos, não levar os erros banais à sério. É o momento da inversão saudável de valores. A festa onde o pobre pode virar rei e rainha; o machão uma mulher assanhada; a santinha, uma prostituta, etc. (Posso até citar fontes antropológicas, para os que necessitam delas... Roberto Da Matta, como alguns de nós sabem, trata disso num livro clássico da Antropologia brasileira, “Carnavais, Malandros e Heróis”; que eu mesma tive que fichar.)
Mas, voltando mesmo às vacas frias, com o meu próprio “sentido sem direção” sobre o Carnaval... (citação inspirada numa pichação de rua, numa encruzilhada, em Santa Teresa).
Simplesmente acho que não há como prever muitas coisas durante o Carnaval.
O bloco vai sair mais cedo ou vai atrasar... Vai marcar de manhã e sair à tarde, ou vice-versa - como aconteceu com um dos meus preferidos este ano.
Você marcou de encontrar os amigos do outro lado da cidade... e tem um bloco no meio do caminho da vã que você já arriscou pegar porque é Carnaval e os ônibus vão demorar. Só que o motorista da vã faz o caminho que quer e, às vezes, isto dá zebra. (Isto aconteceu comigo também, acreditem).
Do atraso... quando meus amigos não puderam me esperar tomar café, é que pude conhecer uma foliã engraçadíssima, a Leila, super paramentada, e com certeza (àquela hora da manhã) indo para o mesmo bloco que eu. Isto foi o suficiente para racharmos um táxi para o mesmo destino e no caminho, ela me dar altas dicas de blocos e fantasias interessantes que ela já improvisou. Isto sim é que é foliã de verdade!
Talvez, você o encontre voltando pra casa, depois de tomar um banho de mangueira no bloco e de desmanchar toda a sua carregada maquiagem.
Sendo um cara lá no fundo bacana e já tendo brincado com todas as garotas que encontrou pela frente; vai poder fazer juras de amor ao seus pés. Se bobear, vai beijar o seu pé (sujo) e declamar que nunca viu uma "chapeuzinho vermelho" tão bonitinha. (E você jurando que fez todo esforço do mundo para se fantasiar de cigana.) Hehehe
Isto não é ultrarromântico?!
Então, o Carnaval é propedêutico: ensina a gente a relativizar! (Aula de Antropologia para foliões iniciantes.)
Você pode sair muito bem acompanhada(o) para um bloco, com os seus melhores amigos foliões e, de repente, dar-se conta de que pulou o bloco inteiro sozinha (sem eles) e se divertiu muito.
Se perder, no Carnaval, é se encontrar!
No mais... as marchinhas vão começando a diminuir o ritmo e ajudando a gente a engatar a primeira para o ano de trabalho e desafios a que nos propomos.
Final da apuração...
Óculos de sol perdido
Uma febre terçã
Dores no corpo
Rosto quase descascando
E faço minhas as palavras que Chico Buarque lindamente compôs: “ tô me guardando pra quando o Carnaval chegar” .
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
"Rainha do mar, do mar azul... Eu vou pro mar..."
não há pedido que Iemanjá não possa atender.”
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Caderninho vermelho
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Um Valentine para o dia do Amor
Menina MA
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Indicamos: Blog
ASTROLOGIA VIVA -
O blog do VIVASTRO
http://vivastro.blogspot.com/
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Cabo Branco Unido pela Lixeira
Pela manhã, fecham a Avenida Cabo Branco – a beira mar – do bairro que tem metro quadrado mais caro da cidade. Na avenida, o pessoal anda, corre, pedala. Pois, sim.
E não é que uma barraca de praia, muito solicitamente, colocou uma mesa na avenida com um garrafão de água mineral, copos de plástico e vejam: um baldinho de gelo (!) - para refrescar o calor, que ás 7 horas da manhã já está forte.
Reparem que o pessoal da barraca não colocou nenhuma lixeira para depositar os copos usados. O cidadão bem observador poderia me lembrar que há lixeiras a cada poste no calçadão, assim, mais ou menos, a cada de 10 metros há uma lixeira de cor vermelha (bem visível).
Mas, o leitor vai se espantar quando eu disser o que vejo pela manhã quando saio a caminhar pela bela orla de João Pessoa. Pessoas de bem, mulheres da sociedade, colunáveis; homens bem sucedidos, de negócio lucrativo, param rapidamente para pegar um copo de água, levam o copo na mão e fazem o que? Se deliciam com a água benta (claro) e jogam o copo na rua! Alguns disfarçam: colocam no capô de algum carro parado, gentilmente depositam no meio-fio, ou (acreditem, eu vi!) tentam enfiar o danado no motor de bugues estacionados. E há os que nem disfarçam...
Ah, como eu queria que este pessoal do bem lesse este depoimento e passasse a zelar pela beleza da cidade onde moram.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Austrália - o filme
Austrália
Good good. O filme é bom, sobretudo por que faz refletir. Impossível não comparar o Brasil e a Austrália, duas colonizações, duas ideologias.
O pequeno “creamy”, traduzido como “café-com-leite”, na versão legendada no Brasil, nem de longe de depara com os dilemas dos mulatinhos brasileiros, filhos de nativas negras com homens brancos ingleses. Ele é só, nem é negro, nem é branco. Por isso, não tem povo, vive entre dois mundos, sem pertencer a nenhum deles. Quer um exemplo: no cinema local, só entra branco, preto e oriental – os filhos mestiços da colonização não podem entrar. No Brasil, diferentemente, o negro é que era colocado de lado, o mulato sempre foi nossa maior riqueza. Afinal, o mulato já representava meio caminho na direção do ideal do branqueamento.
No filme, o homem é homem mesmo. A mulher é mulher mesmo. Nada de troca de papéis ou posições sociais. O homem é valente, corajoso, forte, mas um covarde emocial, tem medo de compromisso, foge deliberadamente da mulher e do filho. A mulher, mesmo infértil, é antes de tudo mãe. Mãe de filhos que não gerou, mãe de uma terra que não é sua. A maternidade abranca tudo ao seu lado e vai transformando campos áridos em paisagens férteis, como a chuva.
Ah, a chuva! A primeira chuva da estação, o ciclo da natureza na mudança radical da paisagem, me faz pensar no sertão paraibano. É como aqui: nas primeiras chuvas, o povo se põe a cantar e dançar deixando-se molhar pela chuva sagrada; a paisagem cinza toma cor e os mais diversos tons de verde aparecem para celebrar a alegria da estação chuvosa. É flor, é pássaro, é, sem dúvida, tempo de acasalamento.
Bem, para aqueles que não conseguem passar sem crítica aí vai: a luz do filme é um tanto irreal, deve ter sido o objetivo do diretor, mas é estranho, nítido demais, os tons do entardecer são bonitos demais. Claro que tem cliclês, filme deste porte e que concorre ao Oscar tem que ter. É longo e cansa, principalmente, os homens homens, como o Vaqueiro bonitão (Hugh Jackman).
Elenco: Nicole Kidman, Hugh Jackman, David Wenham, Bryan Brown, Jack Thompson, e o garoto aborígene Brandon Walters, de 12 anos.
Direção: Baz Luhrmann
sábado, 31 de janeiro de 2009
Bicicleta para Todos
Sozinha
Preciso de gente. Estou sozinha levando a minha vida. Mas eu mesma assim escolhi. Queria ser independente. Correr meus riscos, desfrutar da graça de ter conseguido por mim mesma. Mas, ás vezes, o meu desejo é o mais infantil de todos. Deitar-me encolhidinha e pedir que uma mão poderosa me carregue e faça por mim o que tem que ser feito. Eu queria “alguém que me salvasse” – disse uma vez a uma tia muito sábia. Ela me disse que esta pessoa existia, que estava muito perto de mim, que era eu mesma. Daí, ao mesmo tempo em que entendi a solidão de ser gente, entendi também que para isso não há remédio. Não posso me abandonar, ninguém vai me segurar, carregar no colo, pegar a minha mão para atravessar a rua. Ou eu mesma arranjo o meu almoço ou não como. É assim. Não posso esperar que alguém vá tomar as decisões por mim. Esta pessoa não existe. Mas tem gente, e eu bem conheço, que passa a vida nas costas de outros. Ah que inveja. Quisera eu que alguém procurasse a minha moradia, resolvesse o pepino com a telefônica, levasse a impressora para consertar. Essas tantas pequenas coisas chatas que o cotidiano nos demanda. Ir ao mecânico, pagar propina na Manzuá, tratar com o síndico. Acho que me tornei mulher sem deixar de ser criança. Será isso uma característica comum ás mulheres: ficar a espera de um príncipe encantado, perfeito e majestoso? Aquele com o qual a vida passa macia, sem estresse e principalmente, sem as contas no fim do mês. Aquele sem o qual a vida é esse vale de lágrimas, lutas inglórias, chegadas sem sabor de vitória.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Saudades de algum lugar...
Barra de São Miguel
Maceió
Fazenda do Gunga
Carro Quebrado
Rio São Francisco
"... o Rio São Francisco vai bater no meio do mar..." ( Riacho do navio -Luíz Gozaga)
Alagoas com Sergipe
Nor
des
te
Bra
sil
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
"Tempo, tempo, mano, velho... falta um tanto ainda eu sei pra você correr macio"
Pato Fu
Tempo, tempo mano velho,
Tempo amigo
seja legal
Conto contigo
pela madrugada
Só me derrube no final.
Se quiserem ver o clipe do grupo mineiro, Pato Fu, no You Tube é só clicar em http://www.youtube.com/watch?v=OhfSkSda5TI
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
"Biológicas, exatas e desumanas" por Rosana Hermann
Não conhecia esta jornalista, mas fiz uma pesquisa na net para me situar sobre suas coordenadas geográficas e achei interessante este desabafo dela.
Menina MA
BIOLÓGICAS, EXATAS E DESUMANAS
Rosana Hermann
Não terei tempo de procurar na rede o nome do culpado pela divisão das disciplinas de educação em três vertentes, mas de alguma forma o conhecimento formal ficou dividido em ciências biológicas, ciências exatas e ciências humanas. Acho lindo que tudo seja tratado de forma cientifica e organizada, mas temo que esta tripartição não tenha sido um bom negócio, especialmente hoje, vendo que duas pernas se desenvolveram e uma ficou atrofiada. O homem passeia em Marte com seu robô e envia imagens ao vivo, com exatidão tecnológicas surpreendente. Aqui na Terra, clonam-se seres vivos e as esperanças de cura se renovam com o desenvolvimento de pesquisas com células-tronco. O tripé do conhecimento desenvolveu pernas longas e bem torneadas para as exatas e biológicas. Infelizmente, com o crescimento das outras duas, a terceira perninha, as ciências humanas, que incluem coisas como a filosofia e a ética, ficou ali, atrofiada e penduradinha como um bilauzinho no inverno polar. E isso, tem tudo a ver com a crise humana do mundo atual.
Estamos todos mais grotescos, mais rudes, mais estúpidos. Somos bem informados, mas nos tornamos ignorantes. Temos automóveis com GPS, mas dirigimos como trogloditas neuróticos. Viajamos pelo mundo inteiro, mas temos preguiça de procurar o baldinho de lixo para jogar o papelzinho da bala. A falta de finesse é geral. Isso tudo, se não for coisa do demo, se não for a prova definitiva de que o projeto 'ser humano' não deu certo, só pode ser atribuído à falta de atenção que demos às ciências humanas, justamente aquelas mais sutis, que não dependem de equações, que não se baseiam nas medições matemáticas e não podem ser testadas em laboratório.
O vórtice vicioso que nos suga ralo abaixo passa por todas as estatísticas de descaso com as disciplinas que podem desenvolver o refinamento das pessoas. Não existem empregos para filósofos, sociólogos, pedagogos, historiadores, cientistas sociais. E, por não ter mercado, os estudantes não optam por estas matérias na hora de fazer o vestibular. Como a procura é pouca, há poucos cursos e etc. e tal.
O que fazer? Bem, esta é uma resposta para as ciências humanas também. Quem tiver sobrevivido na área terá que formular as soluções para esta crise de humanidade que vivemos hoje. Não sei onde o flower power murchou, onde o amor livre foi preso ou como a vida em fazendas cooperativas se transformou nesse mar de prédios de escritórios neuróticos baseados na competição. Só sei que temos que voltar até a bifurcação onde tomamos a trilha errada. Nesta trilha, ansiedade e depressão nos matam, o estresse e a má alimentação engordam, a ira destrói toda nossa capacidade de sentir e amar.
Eu, lentamente, comecei a voltar. E adoraria contar com todas as pessoas de bem, os irmãos de fé, os companheiros de jornada, os camaradas de ideologia, os humanos de coração, para um grande encontro de volta naquele velho ponto da bifurcação. Onde um dia, alguém colocou uma flor no cano de uma carabina.Humanos, uni-vos.
Rosana Hermann
Glossário
Vórtice (ou vórtex) é um escoamento giratório onde as linhas de corrente apresentam um padrão circular ou espiral. São movimentos espirais ao redor de um centro de rotação.
Ele surge devido a diferença de pressão de duas regiões vizinhas. Quando isso ocorre o fluido tende a equilibrar o sistema e flui para esta região mudando, eventualmente, a direção original do escoamento e, com isso, gera vorticidade.
Exemplo: efeito do movimento de uma colher para misturar o açúcar.
Flower Power (Força das Flores) foi um slogan usado pelos hippies dos anos 60 até o começo dos anos 70 como um símbolo da ideologia da não-violência e de repúdio à Guerra do Vietnã.