segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Uma nova coleção...


Comecei, quase que sem perceber, a colecionar também "jogo americano" de alguns restaurantes e lanchonetes. Não precisam ficar preocupados com o fato porque não virei, de repente, uma assaltante especializada em estabelecimentos alimentícios. O que levo para casa são apenas aqueles papéis descartáveis que ficam debaixo dos pratos e copos.

Alguns desses estabelecimentos fazem disto algo instrutivo ou decorativo, artístico mesmo. Comecei com algumas fotos do Rio Antigo, do Mofo (um bar do Flamengo, no Rio); depois achei engraçadinho e interessante um outro com desenhos e informações nutricionais sobre frutas de uma pequena rede de lanchonetes... e achei necessário ter comigo. A última nova aquisição, meio engraçada, (embora, eu tenha ficado um pouco sem graça, com a publicização de tamanho interesse por um pedaço de papel destinado a ir para o lixo, após cumprir sua difícil missão de não deixar sujarem as mesas dos tais estabelecimentos) foi uma poesia de um projeto apoiado pela cafeteria onde eu desfrutava de um bom momento de compensação da semana. (E que compensação! O Caco Ciocler bem à minha frente, tomando também um cafezinho compensatório. Desculpem a tietagem, mas sou fã dele. E como poderia deixar de contar isto para vocês...)

Enfim, não resisti e trouxe para casa a belezura também (o papel - não o Caco Ciocler!), com a desculpa (para mim mesma) de que gostaria de colocá-la no blog.

Então, está posto.

Espero que apreciem esta cativante poesia da Camila. Não sei se seria falta de modéstia da minha parte, mas senti que ela poderia estar dedicando-a à mim também. Tentem só imaginar o porquê. rs Outros (as) tantos(as) também se identificarão, com certeza.


A amiga

Conheci uma menina
Que adora comer
Ela come doces e salgados
Frango assado com purê


Ela come, mas não é gorda
Também não é magra
Não entendo por que ela come
E depois fica sem graça.


Mas, enfim, ela é amiga
Amiga de se confiar.
Se você contar um segredo,
Pode ter certeza que ela não vai contar"

Camila Marinho - 12 anos


(Poesia finalista do V Festival Carioca de Poesias de 2004 - Poesia em Festa. Obras de crianças e jovens que participam de um projeto que visa "despertar e desenvolver talentos")

Maiores informações: http://www.irs.org.br/

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Seu Zé ganhou na loteria


Seu Zé, que vendia picolé, nascido na fazenda onde seus pais, negros escravos, trabalhavam, acaba de ganhar na loteria. Ganhou, mas não vai levar. Seu Zé é um zé ninguém. Mora no asilo. Seus familiares assinaram um termo de concessão de tutela para a instituição que vem cuidado do idoso há 5 anos. Seu Zé tem mais de 90 anos, mas anda, gosta de jogar dominó e da canja de galinha que nas terças-feiras é servida no asilo. Tem 5 filhos e 12 netos. Não cabia na casa de ninguém. Uma nora não gosta dele. Um genro está desempregado. Três crianças pequenas é trabalho demais para uma filha. Filho homem não cuida de pai idoso e assim por diante. Hoje, neste país, todo idoso pobre tem direito a uma aposentadoria, seja como trabalhador, rural ou não, seja através do repasse do Benefício de Prestação Continuada. O asilo onde Seu Zé mora fica com 70% do seu benefício, com os quais compra remédios, paga os funcionários, a luz, água, comida e até umas festinhas de vez em quando. Os 30% restantes, Seu Zé emprega neste pequeno luxo da vida: a jogatina. Aposta em tudo: bicho, loteria, mega-sena, até rifa e bolão. Ele está em todas. E agora ganhou. Sim, ganhou. Com isso, a vida poderia dar uma guinada. Seu Zé poderia sair do asilo, comprar uma casinha, pagar uma pessoa para lhe fazer a comida, arrumar a casa e até lhe fazer companhia. Quem sabe, não arranja uma esposa? Quem sabe a dona patroa não quer voltar para ele? Quem sabe um dos filhos não lhe aceita, ele pode pagar a reforma da casa da mais nova, comprar o terreno do mais velho. Não sabemos o que vai acontecer. O asilo já está contactando o advogado, o dinheiro é nosso. A família, do outro lado, não tem dúvidas de que aquele dinheiro pertence ao pai e só ao pai. E claro que um pai não deixa os seus filhos na mão. Pai é pai (parente do mãe é mãe). Mas para Seu Zé, nada mais importa, ele não quer saber, mostrou-me o bilhete premiado e me disse: eu ganhei na loteria, taqui o bilhete premiado! E acrescentou, num suspiro aliviado: agora posso até morrer sossegado...
Qualquer semelhança com realidades vividas é a mais pura coincidência...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Bolo de Chocolate para Vivi



Hoje inventei uma receita de bolo de chocolate em homenagem a minha prima Viviane. Prima só não, Prima-irmã!

O bolo fica bem fofinho (ela merece!) e os pedaços de chocolate, uma vez derretidos, nunca voltam a ser sólidos (hum... delícia - chocolate derretido no meio do bolo - ela merece também!)

4 ovos

6 colheres de margarina

2 xíracas de açúcar mascavo

Bate bem, bem mesmo!

Acrescente:

1 xícara de chocolate em pó

Bate mais.

150 gramas de chocolate meio amargo em pedacinhos bem pequenos

Bate.

1 pitada de sal (para os iniciates, sal é essencial em todos os doces)

2 xícaras de farinha de trigo com fermento.

Bate só o suficiente para misturar a farinha (atenção para não deixar bolinhas de farinha).

Untar a forma com margarinha e farinha. Recomendo a forma com um buraco no meio.

Assar em forno alto (250 C) por 15/20 minutos e em forno médio/ baixo (190 C) por mais aproximadamente, 10 minutos.

E aí, é acumular elogios, colocar uma cobertura e cantar parabéns! Parabéns, Vivi!

"Encontro Anual das Amigas kkk"


Recebo mais um e-mail típico de quando o ano começa a terminar. (Sim, porque todos os términos têm, também, o seu começo.) E não é que já são minhas queridas amigas e ex-vizinhas, tentando marcar mais um encontro de "fechamento" do ano. Um dos nossos rituais quase secretos de passagem para o ano vindouro.
E lá vem elas com propostas de lugar, comes e bebes e a tal "data" tão esperada para um "ritual" tão nosso.

Esses encontros se iniciaram, eu tinha uns 10 ou 11 anos, e o motivo era festejar o Natal e reunir alguns vizinhos e amigos do bairro para uma confraternização. Os pais e irmãos ou irmãs mais velhas tinham um certo respeito por esta nossa festividade - quase uma admiração mesmo, pelo nosso empenho por realizar um ritual festivo - e sempre buscavam colaborar, como fosse possível.
Hoje, mais ou menos uns vinte anos depois, já estamos um tanto separadas pela distância e não tem mais aquela coisa de quem vai trazer o "frango assado", a sobremesa ou a lazanha. Tentamos e aceitamos ser mais práticas para aproveitar melhor o principal prato da reunião que é a "nossa presença": o testemunho de que não nos largamos umas das outras, até hoje; de que apesar da vida nos puxar para lá e para cá.. estamos sempre retornando ao nosso ritual de união, de força e passagem. Uma espécie de benção da amizade!
Umas casaram; outras casaram e tem filhos; outras continuam solteiras e mudaram de cidade, de bairro, de profissão; outras ainda estão prestes a completar trinta anos e se sentindo muito importantes por isto. rs ( A maioria, porém, já é recém-balzaquiana e feliz - quero acreditar.)
E vem, então, o tal esperado e-mail (de comunicação do evento) e dele, outros tantos e-mails em cascata, de lembranças e chororôs, típicos de amigas bem sinceras, como fomos e somos; sinceras até fazer doer.
Surgem desabafos típicos de um "balanço" de fim de ano. Quase parte de um pré-ritual para o encontro..."Por que você está tão sumida..." "Vocês abriram mão da minha presença no encontro do ano passado e eu fiquei triste". "Não queremos abrir mão da sua presença, mas você está sempre tão distante". "Você não conta mais nada de ti; nem fala mais da sua sobrinha - e olha que sempre pergunto." "Minha vida não tem nada de tão novo, assim." "Ando em crise com o trabalho." "Estou sem namorado e sentindo uma baita falta de ter alguém." E por aí vai...

No final, poderíamos facilmente ir das gargalhadas escritas em linguagem virtual no assunto do e-mail original ("Encontro anual das amigas kkkk") ao choro e as lamúrias ("Encontro Anual das Amigas snif, snif... buá, buá"). "São tantas as emoções", como Roberto Carlos bem cantou, e elas cabem todas muito bem, num ano só.
Temos, porém, todavia, contudo, esta espécie de ritual do fogo, de queima e transmutação de dores e alegrias, que nos traz força renovada para uma nova etapa de vida; que já já precisa nascer. E como isto é esperado (mesmo que inconscientemente) dentro de nós!
Menina MA
Fonte: Imagem do site Amigas do Peito; uma Ong de fundada por mulheres de apoio a amamentação. Aproveite e faça uma visitinha. http://amigasdopeito.wordpress.com/amigas/

2009: Ano Bom!



Feriados 2009 - Brasil/ Rio

01/01/09 quinta-feira /Confraternização Universal
23/02/09 segunda-feira /Carnaval
24/02/09 terça-feira /Carnaval
10/04/09 sexta-feira /Paixão de Cristo
21/04/09 terça-feira /Tiradentes
01/05/09 sexta-feira /Dia do Trabalho
11/06/09 quinta-feira /Corpus Christi
07/09/09 segunda-feira /Independência do Brasil
12/10/09 segunda-feira /Nossa Sra. Aparecida - Padroeira do Brasil
02/11/09 segunda-feira /Finados
15/11/09 domingo /Proclamação da República
20/11/09 sexta-feira /Zumbi/Consciência Negra
25/12/09 sexta-feira/ Natal

Pois é, serão 8 Feriados na Seg/Sex e 4 feriados nas terças e quintas.
Total: 12 Feriados (em dia útil)

Se a gente contar as emendas de Feriados, são mais 4, ou seja, 16 ao todo. Temos ainda 57 finais de semana, então são mais 114 dias (sábado e domingo). E se você tem direito a 1 mes de férias, então são mais 30 dias.

Se a gente somar tudo, são 160 dias de puro ócio. Então sobram exatamente 205 dias de atividade.

Se você reparar bem, são só 7 meses que você vai trabalhar no ano que vem!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A mulher feia

Sou fã de carteirinha da Regina Casé, mas vê-la neste domingo do Fantástico foi, no mínimo, constrangedor.

Ela, a típica mulher "bucha de canhão", acompanhava entusiasmada uma cantiga que tem por maior mérito ridicularizar e desfazer da mulher feia, a tal da dona Gigi. Alguém poderia se perguntar: ela não se enxerga, não?

O que vi foi uma cena deprimente. Não era exatamente contra isso tudo (e mais alguma coisa) o trabalho da Regina Casé ? Contra preconceitos; mostrando o outro lado das favelas; abrindo clareiras nas selvas de pedras?

Repudio estas músicas com tanta veemência que estou muito interessada em ouvir uma opinião contrária, uma opinião que me mostre algo de positivo ou construtivo nestas músicas.

***

Será que esta imagem de mulher feia não quer dizer, simplesmente, mulher pobre? O que é "o lá dá uma gente tão feia", "ô povo feio"....