segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Risada


Minha amiga ficou comigo na minha casa por uns dias. Fizemos tudo juntas: acordar na mesma hora; sincronizar o banho para não congestinar o dia; ela fazia almoço, eu lava as vasilhas; dormir na mesma hora e assim por diante. Foi tão bom ter sua presença. Essa amiga ri de tudo e ri alto. É engraçado: vê-la rir dá vontade de rir. A gente se pergunta: ela é mesmo feliz ou uma "boba-alegre" como se diz lá em Minas? Além disso me pergunto mais: por que eu não rio assim? Por que não cultivei a gargalhada frouxa, o falar "baboseira", falar da vida alheia, assistir novela das 6? Quando ela foi embora, fiquei triste, muito triste e sozinha. Sua presença preenchia a casa e era como um remédio para a minha solidão crônica. Preciso rir mais, mas preciso de gente ao meu lado: rir sozinha é coisa de doido solitário.

Incongruências da vida



Já tem um tempo que queria parar e escrever sobre algumas indiossincrasias que o viver acomete com a gente.
Ouvimos tantos ditados como “Deus escreve certo por linhas tortas” e outros afins a esta percepção bem humana da vida, mas nunca eles conseguem substituir as cores que os eventos trazem para estas quase conclusões da experiência que é viver.

O dia que você veste a camisola digna de uma “noite de núpcias” e melhor ela lhe cai, por exemplo, é aquele em que você está sozinha se namorando no quarto, com um bom livro na mão, uma música gostosa tocando e um espelho a lhe felicitar o olhar.

Você recebe aquela rosa vermelha, pelas mãos de uma amiga, em uma visita corriqueira no meio de uma terça-feira... E você de alguma forma intuía um encontro com a tal flor neste dia, pois o amor havia invadido sua pele, suas entranhas e tudo mais. E o causador desse sutil estado, sequer imaginou uma materialização tão bela da natureza para você.
O seu mais novo amigo pode vir a comer merecidamente o macarrão feito à mão com carinho, para um amor que pouco lhe correspondeu com o estômago ou órgãos afins.

A palavra amiga esperada, nem sempre corresponde ao que o coração pedia ouvir; mas o cérebro pega no tranco, quando falta ao coração, e te repatria a consciência sobre o que precisaria escutar.
Ou quem sabe a palavra mal colocada carregou toda a importância de um silêncio necessário?

É levando um fora carinhoso e terno que você pode ter a chance de redescobrir o amor, pelo impedido amor. Quem sabe começando bem um final, você reinicia poderosamente uma história de amores na vida?

Enfim... não nunca terá fim, estas incongruências . Parecem peças escritas infinitamente para serem mais ou menos bem ou mal interpretadas pela gente.